Conforme vamos ficando mais velhos, vamos ficando mais nostálgicos. Começamos a nos sentir fora de sintonia com o mundo dos jovens e damos mais valor ao que vivemos, à nossa história. Para os fãs de cinema isso significa voltar a uma época especial, que guardamos com muito carinho no coração e mente. Uma época em que éramos mais inocentes e tínhamos o mundo pela frente. Nessa época, tínhamos nossos filmes preferidos – muitos dos quais ainda amamos até hoje.
O mundo mudou bastante, isso é inegável. E a indústria de cinema também mudou. A era dos astros deixou de existir. Hoje, não importa muito quem seja o protagonista de uma superprodução, o público assiste do mesmo jeito pelo personagem. O que acontece é que temos simplesmente muita oferta hoje. Antes, o público ia ao cinema conferir o novo trabalho de um certo ator ou atriz. E aí era o oposto, qualquer filme que seu ator ou atriz preferido estrelasse, era o programa da vez. Nessa nova matéria voltaremos aos anos 90 para relembrar quais eram as maiores estrelas daquele período tão inesquecível. Confira.
Os anos 90 tiveram algumas musas. A maior delas sem dúvida foi Julia Roberts. Ela era conhecida como a namoradinha da América nesse período, e foi consolidada pelo sucesso de ‘Uma Linda Mulher’, o filme que a transformou numa estrela de renome mundial. Logo no ano seguinte, ela participava do blockbuster ‘Hook – A Volta do Capitão Gancho’ e emendava com o sucesso do thriller ‘Dormindo com o Inimigo’ e o romance ‘Tudo por Amor’. Roberts andou cambaleando em meados da década com fracassos como ‘Adoro Problemas’ e ‘O Segredo de Mary Reilly’, mas recuperou a boa forma com ‘O Casamento do Meu Melhor Amigo’, ‘Um Lugar Chamado Notting Hill’ e ‘Noiva em Fuga’.
E se Julia Roberts era a namoradinha da América, rainha das comédias românticas, dois outros nomes ficaram conhecidos como as rainhas da sensualidade nos anos 90. A primeira delas é a loiraça Sharon Stone, que ficou famosa por seus filmes picantes no período. ‘Instinto Selvagem’ foi o divisor de águas em sua carreira, ainda hoje enaltecido como o maior exemplar de um thriller erótico do cinema. Stone seguiu para filmes de teor similar, como ‘Invasão de Privacidade’ e ‘O Especialista’, mas encontraria sucesso em ‘Rápida e Mortal’ e principalmente ‘Cassino’, de Martin Scorsese, sua única indicação ao Oscar.
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Ao lado de Sharon Stone, Demi Moore era a maior musa sensual dos anos 90. Moore começou como atriz jovenzinha nos anos 80, mas apareceu na década seguinte apaixonando plateias em ‘Ghost – Do Outro Lado da Vida’. Ela seguiria com o sucesso ‘Questão de Honra’ e no ano seguinte, era desejada por todos os homens graças ao sucesso muito falado na época ‘Proposta Indecente’. Da inocência, Moore se tornava predadora em filmes como ‘Assédio Sexual’ e ‘Striptease’ – que representou o auge de sua forma física e sensualidade. No ano seguinte, estrelou o cult e seguiu pelo caminho inverso com ‘Até o Limite da Honra’.
Meryl Streep é a recordista de indicações ao Oscar de todos os tempos. Mas nos anos 90, poucas atrizes possuíam mais prestígio do que Jodie Foster. Ela representou o sucesso de crítica no período, uma atriz que vivia se desafiando e conseguia fazer de tudo um pouco. Para começar, ela havia acabado de sair de uma vitória como atriz principal por ‘Acusados’ (1989). Pouco tempo depois faria de novo como vitoriosa da categoria de melhor atriz no Oscar por ‘O Silêncio dos Inocentes’ (1991), um dos filmes mais queridos e influentes do gênero suspense. Aliás, Foster só topou o papel porque queria ser diretora, e o estúdio lhe deu ‘Mentes que Brilham’ para comandar. Ou seja, além de tudo era diretora. Foster pode esticar sua capacidade dramática com ‘Sommersby’ e ‘Nell’, ao mesmo tempo em que estrelava sucessos como ‘Maverick’ e ‘Contato’.
Toda época precisa ter uma menina prodígio, e a dos anos 90 atende pelo nome Winona Ryder. A atriz voltou aos holofotes graças à sequência de ‘Os Fantasmas se Divertem’ – tendo estrelado o original com 17 aninhos. Dois anos depois, voltaria à parceria com o diretor Tim Burton em ‘Edward Mãos de Tesoura’, abrindo a década de 90 com um sucesso. Nessa época, Ryder já era considerada a melhor atriz de sua geração e todos os maiores diretores queriam trabalhar com ela. Foi o caso com Francis Ford Coppola, que a queria em ‘O Poderoso Chefão 3’. Ryder viria a trabalhar com o diretor dois anos depois, em ‘Drácula de Bram Stoker’. No ano seguinte, Ryder estrelaria ‘A Época da Inocência’, de Martin Scorsese, ao lado de Daniel Day-Lewis e Michelle Pfeiffer.
Julia Roberts ficou conhecida como a namoradinha da América nos anos 90, graças ao sucesso de ‘Uma Linda Mulher’. Mas algumas atrizes disputavam com ela o posto. Talvez sua principal “rival” como rainha das comédias românticas tenha sido Meg Ryan. Isso porque Ryan fechava os anos 80 com um dos maiores representantes do gênero ‘Harry e Sally – Feitos um para o Outro’, além de começar os anos 90 com o sucesso de ‘Sintonia de Amor’, um dos longas românticos mais adorados de todos os tempos. Ryan fecharia a década com os sucessos de ‘A Lente do Amor’, ‘Cidade dos Anjos’ e ‘Mens@gem para Você’.
Michelle Pfeiffer já era uma atriz famosa nos anos 80 e inclusive foi indicada ao Oscar duas vezes no período (‘Ligações Perigosas’ e ‘Susie e os Baker Boys’). Mas é inegável que no papel da Mulher-Gato em ‘Batman – O Retorno’, Pfeiffer atingiu um novo nível em seu estrelato. Ela se tornava um sucesso absoluto, um nome que adentrava a cultura pop como nunca anteriormente. Pfeiffer também esteve em ‘A Época da Inocência’ e atuou ao lado de Jack Nicholson no terror ‘Lobo’. A atriz voltaria aos holofotes no sucesso ‘Mentes Perigosas’, que foi muito comentado na época, e também teve sucesso em filmes românticos na década, como ‘Íntimo e Pessoal’ e ‘Um Dia Especial’.
Se tinha uma atriz que “mandava” em Hollywood nos anos 90 com os maiores filmes, essa atriz era Geena Davis. Outra que já era figurinha carimbada nos anos 80, Davis já fazia sucesso em filmes como ‘A Mosca’, ‘Os Fantasmas se Divertem’ e levou um Oscar por ‘O Turista Acidental’. Assim, Davis adentrava os anos 90 com mais uma indicação, pelo quintessencial feminista ‘Thelma e Louise’ – um dos maiores sucessos da época. Davis emendava com ‘Uma Equipe Muito Especial’, outro libelo feminista da época e muito à frente de seu tempo. Da metade para o fim da década, no entanto, Davis havia ficado tão grande em Hollywood, que seu tombo foi igualmente épico. Em 1995, ela estrelou o filme mais caro do período, a aventura pirata ‘A Ilha da Garganta Cortada’ e terminou responsável pela falência do estúdio Carolco. No ano seguinte repetia a dobradinha com o então marido Renny Harlin, no thriller de ação ‘Despertar de um Pesadelo’.
Fechando a matéria, temos duas atrizes que foram revelação nos anos 90 e chegaram a trabalhar juntas em um projeto na época. Sandra Bullock foi a terceira namoradinha da América nos anos 90, após Julia Roberts e Meg Ryan. A atriz foi revelada ao mundo graças ao sucesso do blockbuster ‘Velocidade Máxima’, mesmo no ano anterior já tendo aparecido em outro blockbuster, ‘O Demolidor’, com Sylvester Stallone. Logo, Bullock seguiu para o sucesso ‘Enquanto Você Dormia’, atraindo atenção e muitos elogios. Bullock mostrava talento dramático no suspense ‘Tempo de Matar’, ainda um de seus filmes mais elogiados, e seguia para se tornar a nova rainha dos filmes românticos, com sucessos como ‘Quando o Amor Acontece’, ‘Forças do Destino’ e ‘Da Magia à Sedução’.
Nicole Kidman, assim como Sandra Bullock, também foi revelada nos anos 90. As duas chegaram a estrelar juntas ‘Da Magia à Sedução’, no fim da década, filme que vai ganhar continuação muito em breve. Kidman ganhou destaque ainda em 1989, no thriller ‘Terror a Bordo’ e seguiu para a ação de ‘Dias de Trovão’, onde conheceu Tom Cruise e um tempo depois se casou com ele. Depois vieram ‘Um Sonho Distante’ e ‘Malícia’ – mas a guinada em sua carreira ocorreria em 1995, quando virou protagonista em ‘Um Sonho Sem Limites’. No mesmo ano, foi a protagonista feminina do blockbuster ‘Batman Eternamente’. Kidman fecharia a década novamente ao lado do marido Tom Cruise em seu melhor filme juntos, ‘De Olhos Bem Fechados’, último trabalho do cineasta Stanley Kubrick.